Vou falar um pouco de assuntos os quais me
identifico bastante: a Geração Y e a Economia da Cultura. Na sociedade a qual
estou inserida hoje, vejo que estes dois assuntos ainda são muito novos e até
mal-entendidos tanto no meio profissional quanto social, mas em muitos outros
mercados a combinação entre os dois assuntos é o que está moldando a nova cara
do mercado de trabalho. A criatividade tem sido reconhecida como um grande
acionador da economia mundial e como também precisamos pensar em viver num
mundo mais sustentável sabemos que esta facção econômica também pode ajudar a
transformar nossas cidades em lugares mais “verdes” para se viver.
Minha geração já foi julgada de folgada, distraída,
superficial, um bando de insubordinados, são muitos os adjetivos pouco
simpáticos que nos classificam. A geração Y é formada por pessoas nascidas
entre 1978 e 1990 (sou uma veterana!) e não basta ter nascido nesta época é
preciso estar apto a desenvolver a autorrealização, algo que, até hoje, foi
apenas um conceito. Esta nova forma de encarar a vida está diretamente ligada
ao nosso rumo profissional. Acreditamos que o trabalho está ligado à prazer, ao
desenvolvimento de nossa personalidade, à criação de uma forma de consumo mais
consciente, uma maior interação com nossas necessidades naturais e não simplesmente
trabalhar para ter meios de conseguir estabilidade financeira. Eu tive uma
infância sem computador, mas logo na escola a era digital nos foi apresentada,
a sociedade já era um lugar mais democrático e também vivemos anos de ruptura
da família tradicional, um pós anos 70, com pais separados, discussões sobre a
liberdade sexual, pensamentos contra a homofobia, uma maior liberdade na estrutura
familiar. Por isso vivemos questionando o que é a realização pessoal e
profissional e vivemos buscando agir de acordo com nossos próprios interesses. A
sociedade está se movimentando e estamos transformando-a para atingir um novo
estágio, que será muito diferente do que conhecemos hoje.
No trabalho, pulamos de um emprego para o outro sem
a menor cerimonia, tratamos os superiores como colegas de turma e até “batemos
a porta” quando não somos reconhecidos. Isso não significa que somos um bando de
mal-educados, temos valores éticos muito fortes, priorizamos o aprendizado e as
relações humanas, mas precisamos de maior igualdade social para mostrar que
nosso comportamento não condiz com a pirâmide de hierarquias que estamos
inseridos hoje. Queremos uma sociedade circular, auto sustentável, que nos traga
felicidade e bons relacionamentos pessoais e profissionais. Procuramos
realização, melhor comunicação, criatividade, prazer, e para isso transformamos
informação em conhecimento. E assim estamos construindo a “Economia Nova”. Seu modo
de produção e circulação de bens e serviços está ligado à tecnologia, o que
torna nossa sociedade um lugar com menos desperdício burocrático e está baseada
na criação, a qual não se amolda à economia industrial clássica que está
baseada na produção em série do mesmo produto para gerar consumo e através do
consumo gerar lucro. Inovação e adaptação às mudanças, aqui a capacidade
criativa tem mais peso que o porte do capital. Estamos falando da terceira
maior indústria que gera renda e emprego no mundo. Estamos falando de moda, de
tecnologia, de redes sociais, de criação de jogos para videogame, filmes, séries
de TV, estamos falando de mídia na internet, de arte, de expressão, de simplificação
nos processos profissionais, de uma maior comunicação entre os seres, de um
maior aproveitamento do nosso tempo. Estamos falando da indústria que só perde
em números para a indústria petrolífera e bélica, estamos falando de diversão
levada a sério.
Um comentário:
familiarizada e compreendida. :)
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