terça-feira, 30 de junho de 2009

Banksy and his art

Ontem eu participei de uma aula de inglês muito interativa, conversação, ótima. E chego a certeza de que prefiro dar aulas para crianças e adolescentes, ainda mais aqui em Caxias. Primeiro que as pessoas não gostam de discussão. Não é xingamento, é discussão que se quer promover e discussão é ótimo! Engrandece, acrescenta, "improve", mas de forma meio que coletiva, as pessoas não querem ser diferentes. Todo mundo é padrão e discussão é aceitação e aprendizado de novos conceitos e idéias, então isso não pode ser aceito por pessoas que querem ser iguais as outras para serem aceitas. Mas voltando à aula, foi abordado o tópico sobre o artista "Banksy", que eu não conhecia e tanto gostei que aqui estou falando sobre ele. Inglês, irreverente, ousado e expressivo. A teacher colocou um video dele para assistirmos. Um dos alunos riu o tempo todo que assistiu aos poucos minutos do video. Eu não achei engraçado, aliás não me lembro de ficar rindo diante de nenhuma exposição ou mostra... E dando continuidade a "discussão", uma menina que recém passou no vestibular em Floripa se exaltou em aula e disse à quem convergia com ela que essa pessoa deveria ler o livro "As Veias Abertas da América Latina", para entender a razão pela qual somos explorados e não conseguimos ser um país justo, decente, que expressa sua opinião. E o aluno que riu o video inteiro fez uma grande explicação sobre estudos que provam que vivemos num gráfico piramidal e que na base estava nossas necessidades para sobrevivência e só no ápice seria nossa satisfação e reconhecimento pessoal, acho que ele quis dizer que arte era supérfluo ou algo do gênero. Eu entendi que esse era o ponto de vista dele e até concordo que ter um Picasso em casa é supérfluo, mas entender o que se lê, aceitar impulsos intuitivos, fazer uso da imaginação e afins é parte significativa da nossa existência. E para confessar é claro que essa pessoa que divergia era eu! Claro! (rs) Eu não nasci para aceitar simplesmente, eu questiono. E eu acho isso bárbaro! Mas tudo começou porque a teacher disse que o Brasil não estaria pronto para receber um tipo de linguagem dessas. Eu concordei, ainda falei sobre o trabalho do Vicky Muniz e que só no exterior ele teria sido reconhecido porque aqui ainda queremos tapar muito o sol com a peneira. E alguns ânimos se "revoltaram". Ninguém bateu boca, nada disso mas a energia estava tensa no ar. As pessoas se sentem ofendidas em saber que fazem parte de um povo muito cultural, musical, colorido, criativo, que não expressa sua opressão, que não luta contra ela, que a aceita passivamente. As pessoas deveriam simplesmente mudar de atitude sem tanto drama, pleaseeeee! Não, no Brasil não estamos preparados para nos expressar, a ditadura nos calou, nos emudeceu, se antes já estávamos propensos à essa atitude, a ditadura enraizou ela dentro dos brasileiros, mas esta já acabou há mais de 20 anos. E se um artista que teve uma tragetória de batalha e se ele só foi reconhecido em NY e foi até lá ganhar dinheiro era melhor ele ter ficado no Brasil se fazendo de vítima e passando fome porque sua arte não é reconhecida aqui? Musical e rico culturalmente, mas não temos música, artes, teatro e filosofia nas escolas. E não sei se a menina que acha que só ela leu "As Veias Abertas da América Latina", não sei se ela sabe que desenvolver um povo educacionalmente através de atividades que desenvolvam uma percepção lúdica da vida e não só a lógica, como nas escolas brasileiras, que isso nos faz "macacos" em contraposição com o grito de desaforo contra os parlamentares ingleses que o Banksy retrata em seu trabalho. E em contraposição ao aluno que disse que o menos importante na vida é nosso reconhecimento próprio, eu grito NÃÃÃÃÃOOOO! Precisamos mais de oxigênio do que da própria água para viver e acredito que esse homem adulto ainda não tenha se dado conta disso. Nosso reconhecimento próprio é o que traz nossa tão buscada felicidade. Precisamos nos alimentar e para isso precisamos entrar na realidade capitalista que nos colocaram e assim temos muitas obrigações a cumprir, mas eu não preciso me prostituir para ter posses, ao invés de ser alguém com quem eu goste e tenha orgulho de conviver. Talvez tenha sido essa dor de cotovelo que ele expressou quando falou que o Vicky Muniz só foi para o exterior para ganhar dinheiro. Tudo é embasado no dinheiro. A satisfação de ser reconhecido e se reconhecer não tem valor palpável ... E só para denfender o Vicky nessa discussão toda, todo o trabalho que ele faz no Jardim Gramacho e todas as obras que ele leiloa em Londres, ele repassa valor integral aos pobre s trabalhadores do maior lixo em céu aberto do mundo, que se localiza na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro, e ele assim como já transformou sua PRÓPRIA vida, ele agora transforma a vida desses trabalhadores do Brasil que se encontram em condições extremas de sobrevivência como menciona a pirâmide de prioridades humanas. E que aqui esteja dito.

Banksy:



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