Depois da abertura do grande Theatro Municipal de Paulínia, mês passado, perdemos um grande teatro brasileiro hoje. O Cultura Artística, atrás da Praça Roosevelt, ao lado da Kilt, na Nestor Pestana, amanheceu pegando fogo neste domingo. Um teatro maravilhoso, o qual já tive o prazer de ver Fernanda Torres dar um show no monólogo "A Casa dos Budistas Ditosos". O Cultura já foi palco de Paulo Autran antes de seu falecimento, um verdadeiro templo, que comportava as grandes estrelas brasileiras. Palco de grandes atores e grandes atuações. Era um dos poucos teatros de Sampa onde as socialities ainda se emperequetavam para exiberem-se para a sociedade paulistana. E ao mesmo tempo, juntamente com a fervorosa agitação pós-moderna teatral da Praça Roosevelt, formavam um dos circuitos mais importantes de louvor à arte do ator, da palavra encenada, das emoções literárias deste país. As socialites, frequentemente eram assaltadas antes de entrarem em seus belos carros blindados (como toda a high-society que se preze, a sociedade paulistana também cultiva hábitos bregas de desperdício), mas estavam lá marcando presença e o que é mais importante, estavam se alimentando e incentivando a cultura neste país, que ainda batalha muito para se manter viva e ativa economicamente. O Cultura Artística era um teatro onde o ingresso não era nada popular (em média uns R$ 70,00), o maior atrativo não era somente artistas "Globais", mas sim qualidade cultural e a casa estava sempre lotada. Uma pena... O Brasil perde (espero que temporariamente!) um grande teatro e infelizmente perde um patrimônio de mais de USD 100,000 em pianos. A única relíquia salva pelos bombeiros foi o mosaico de 48m X 8m do artista Di Cavalcanti.
Estou de luto.
A Praça Roosevelt e artistas perdem um patrimônio gigante.
O Brasil perde um templo.
Estou de luto.
A Praça Roosevelt e artistas perdem um patrimônio gigante.
O Brasil perde um templo.
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