sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Passada e bege!

Não sou gay, mas tenho o direito adquirido de ficar passada e bege! Dois assuntos me deixaram pasma ontem. Um deles foi a pré-estréia do filme "Lula, Filho do Brasil" no 42o. Festival de Cinema de Brasilia, que deu bafão e desorganização na noite de estréia. E o segundo é a futilidade feminina que é a que eu ando convivendo bastante ultimamente. Então vamos por partes, como diria Jack, the Ripper.

"Lula, Filho do Brasil", um filme sem cunho político, lançado estrategicamente em período pré-eleitoral no Brasil (coincidência, não?!), com orçamento de R$ 16 milhões provenientes de empresas de alguma forma ligada ao governo federal, com estréia prevista em janeiro com 400 cópias no Brasil e 100 cópias na Argentina. Na pré-estréia teve tumulto, protesto, a equipe de filmagem e atores do filme não tinham onde sentar, o produtor do filme, Luiz Carlos Barreto, ficou preocupado com a falta de segurança de um cinema superlotado sem a presença dos bombeiros e isso também foi motivo de vaia (só no Brasil que as pessoas acham ruim a preocupação com a segurança da população!), quando o filme começou um grupo da oposição política subiu no palco e levantou uma faixa que dizia: "Lula, liberte Cesare!" e assim, o diretor Fábio Barreto teve que ver a abertura de seu filme com tantos altos e baixos. Eu particularmente acho que a noite de pré-estréia é o momento de glamour da equipe do filme, que ralou meses para ver o trabalho feito, noites sem dormir, suador, dias trancados em set, dias resolvendo problemas de grana, correria e afins, mas nessa pré-estréia o glamour foi deixado de lado. Me remeteu à um protesto MST e não uma pré-estréia. Assim, não vou deixar de ver o filme, deve ser uma história de vida emocionante mesmo, mas todo o resto é conversa pra boi dormir e marketing barato como foi toda a jornada política não só do Lula como de todo o PT e seu bando que tomou conta do cenário político no Brasil. Não, eu não sou a favor! Desculpem os militantes, eu também tenho o direito de não concordar! Dinheiro para se lançar com 400 cópias e mais 100 na Argentina, eu gostaria de dar meu dinheiro para outro filme ter esse tipo de lançamento no Brasil, posso escolher? E todo esse auê justamente em véspera eleitoral? Assim ó, tô com o ladrão, bicha, maconheiro do Cazuza: "Brasil, mostra tua cara! Quero ver quem paga pra gente ficar assim. Brasil, qual é o teu negócio, o nome do teu sócio... CONFIA EM MIM!" Com certeza o filme já começou com o buchicho necessário para ser um sucesso... ai, ai, ai.

... e a futilidade feminina? Eu até ia ser mais profunda nesse post, mas ultimamente ando suscinta. Uma produtora lá da O2 me ensinou que "menos é mais" e ela tem toda a razão. Bom, ontem conheci uma grande consumidora de bolsas, sapatos, roupas, cabelos, bronzes que é claro que consegue dinheiro para investir em tantos artificios se prostituindo, sendo amante de homens importantes da sociedade caxiense. Cá entre nós mas homem nenhum conseguiria comer aquela cara somente por amor, sorry babe. Mas isso já é veneno meu, enfim... Em algum momento desse encontro celébre a moça essa em questão (que boazinha que eu sou, rejuvenesci a véia plastificada uns 20 anos) solta uma frase que feriu meu coraçãozinho: "Sabe, se tudo o que eu gasto em roupa eu tivesse investido, eu já teria comprado algumas Mercedes... mas esse "pititu" vermelho é lindo, não?!" Fazendo uma tradução simultânea "pititu" é aquele tipo de sapato peep toe, que eu acho lindo, mas por falta de putisse não tive dinheiro ainda de ter alguns pares no meu guarda-roupa. E um caso desses me deixa triste com a futilidade humana. As mulheres se fantasiam, mulheres compram maridos, se vendem por "pititus", se plastificam para sei-lá-o-que e eu tenho que assistir tudo isso com esses olhos que a terra há de comer. Tenho que assistir e passar por algumas situações doloridas em minha vida por causa disso, desde muito nova. Nem vem ao caso comentar, mas já sofri muito com essa compra/venda da dignidade humana. Eu tô fora! Prefiro não ter um "pititu" vermelho lindo, prefiro ser alguém amavel, prefiro não ter Mercedes e ter uma educação digna, saber falar outras línguas. Prefiro não ter um marido em casa do que ter que comprá-lo toda vez que ele começa a ficar com a cabeça distante. Tudo tem um preço, eu pago o meu com a minha dignidade e com a minha essência... As pessoas esquecem das bolsas magnificas que usamos ontem, mas NUNCA esquecerão dos sentimentos que a fizemos sentir. Somos, não temos. O verbo que a maioria das pessoas empregam está errado: SER, SER, SER, SER, ter não é o mais importante.

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