quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sentir, Ativar, Impulsionar e Selar: a arte de ser um professor de línguas.

Eu ando envolvida com o trabalho... Tem uma coisa muito interessante na atividade de ser professor de línguas: na verdade eu não estou ali para ensinar gramática ou algum assunto que eu sou um gênio,  não gosto dessa genialidade comprada, estou ali para ensinar a pessoar a se comunicar de forma diferente aquela que ela é acostumada. Estou ali para ajudar aqueles que têm dificuldade em curtir uma realidade diferente, a ouvir sem entender as palavras e mesmo assim entender a energia que vem das pessoas, a falar sem saber regras estruturais, a sentir o outro e depois a gente põe ordem nas palavas soltas que se criam na cabeça de cada um, depois a gente põe ordem  nas conclusões que cada um chega, depois a gente monta o quebra-cabeça. É maluco! Eu sinto muito as pessoas e eu sei exatamente como devo ajudá-las, isso é muito interessante. Pra quem não percebe da mesma forma que eu, deve se perguntar por que em alguns casos eu não sou paciente e amorosa com meus alunos como de constume (com meus alunos e algumas pessoas em geral diga-se de passagem...). Pra mim a razão é simples: eu não serei complacente com a vaidade de muitos. Eu deveria ser super imparcial e só ganhar meu dinheiro, sem me envolver com nada muito menos com a vaidade de alguns? Sim, devo ser imparcial no âmbito administrativo da coisa, estou aprendendo a me desprender mais, mas em relação aos meus alunos, não! Tudo sempre ajeita para que eu não tenha que viver essa imparcialidade e  assim só  me preocupe com dinheiro. Eu estou lidando com humanos que podem se tornar pessoas melhores e eu faço parte disto! Sem imparcialidades... E cada humano que eu estou envolvida também pode me ajudar a me tornar melhor e assim eu vivo numa realidade circular e não linear a qual eu só me preocupo com o lucro financeiro e momentâneo. Fechar os olhos para isso é uma escolha e eu não posso ir contra o que acredito para escolher a indiferença. Eu pago o preço que for por isso, mas eu não desisto da minha responsabilidade. Mas tudo bem, esse foi só um desabafo porque nesse semestre tudo está correndo maravilhosamente bem e meus alunos estão evoluindo bastante. Estou contente! Eu já estava contente semestre passado, apesar de toda a dificuldade dos últimos meses, mas nem todo mundo enxerga a mesma realidade. Eu penso e sinto cada aluno meu e a cada aula eu sei que tipo de atividade buscar para poder arredondar o conhecimento deles. Alguns eu ainda estou aprendendo a conhecer, mas os que eu já tinha aula semestre passado, estou num estágio muito gostoso da "brincadeira" toda. Me sinto muito bem em poder usar minha criatividade diariamente. E gratificantemente sinto alegria daqueles que recebem minha criatividade genuina. Que estágio gostoso desta habilidade eu atingi! Me sinto feliz com isso! Eu não preciso me quantificar, ser a melhor, me destacar como a mais sensacional, eu preciso é sentir sempre e me doar cada vez mais. Eu preciso é conseguir orientar cada uma das pessoas de forma única e transformadora. Eu preciso fazer exatamente o que estou fazendo agora de forma consciente. Sabe, eu lembro de um profe de inglês que eu tive, o Edu. Nossa, no fundo ele mudou minha vida... Claro, não ele sozinho, eu dei a maior força do mundo, mas eu tinha 15 anos e ele recém tinha voltado de Londres e usava uns coletes super exclusivos para os anos 90, ele era autêntico, espontâneo e estava aberto às maravilhas do mundo, sem limitações. Eu me inspirei nisso, eu me espelhei nisso. Ontem fiz exatamente o mesmo papel com 2 alunas adolescentes. Trabalhei um artigo sobre viagem de estudos no ensino médio, voluntariado em outro país, exchange program, o que são os hostels, "sabiam que em Porto Alegre tem um hostel super da moda?", desconto de estudante em passagens do Eurail, vamos descobrir que na Tailândia, na Nova Zelândia as pessoas não são tão diferentes da gente, vamos encurtar a distância entre as diferenças do mundo! E é a partir do micro que se muda a percepção da realidade. Papo de louco, neh? Mas é aí que mora a alegria de nossa existência: na loucura de poder realizar aquilo que nos é mais fluido! Na loucura de poder ajudar! Na loucura de poder ajudar esse mundo a ser um lugar melhor para se conviver! Viva a vida!

Sonhei com você e me sinto feliz! ...

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