Noite dessas, saí com uma amiga prá botar o papo em dia e conhecer novos ambientes aqui da serra gaúcha. Muito bem, após uma série de cogitações a respeito do onde iríamos, surgiu como sugestão um lugarzinho muito charmoso, recém inaugurado, em Flores da Cunha!Após nosso abraço de feliz ano novo, atrasado, demos início a nossa empreitada.
Conversa aqui, conversa acolá, música no carro, percurso de curvas entre Caxias e Flores: chegamos!
Ah, que maravilhosa sensação. Curtir a noite!
Logo que adentramos o espaço, fomos surpreendidas com um deck, guarda-sóis, mesas ao luar! Um upgrade e tanto para a região! Adoramos no mesmo instante.
Escolhemos a mesa e nos acomodamos para continuar nosso assunto prá lá de empolgante: homens, viagens, experiências da juventude, vontade de ter filhos, irritação com os gatinhos insuportáveis, o rumo da humanidade, Londres, Roma
, os italianos, a Europa, o Brasil, família, farofada em Punta, política, campanha presidencial e... saltos altos!
Pasmem: uma profusão interminável de saltos altos, agulha, iniciou sua procissão bem diante de nós! Sapatos capazes de furar o olho de qualquer desavisado; capazes de atravessar a cabeça daquele que tivesse o olho furado, porque tinham, no mínimo, 15 centímetros de potencial lesivo! Ressalto que havia também os estilo marreta: salto grosso e necessidade de um andaime para subir na plataforma! Mãe do Céu!
À parte isso, frise-se que eram ricamente decorados em setim, ornados com pedrarias, strass, veludo, topes no bico, laços cromados, verniz; vermelhos-sangue, laranja, amarelos, pretos, pele de cobra. Fauna e flora todas presentes!
Fora a música do ambiente interno, havia os poc, poc, poc das meninas, moças, senhoras, que desfilavam na madeira do ambiente externo, onde estávamos. Impressionant
e!
Eu, felicíssima com minha última aquisição de grife, chamada All Star, estava barbarizada! Minha amiga, que também não calçava um fura-olho, ou uma marreta, comoveu-se com aquele verdadeiro movimento cultural! E não havia variações, ou melhor, as únicas variações éramos eu e ela: um All Star e uma sandália sem salto!
Curiosíssimo fenômeno! E mais curioso ainda era como aqueles sapatos navegavam por entre o rico jardim do barzinho: alguns trôpegos; outros, muito cautelosos – a queda seria fatal, creiam! - outros ainda bastante indecisos, pois o pé ia para um lado e o sapato teimava em permanecer em outro.
Não importava! Tudo era pelo bem da satisfação de estarem todas exatamente iguais, evitando comentários pós-noite!
Na minha ing
enuidade e espanto de moça da capital, perguntei: - onde essas moças vão calçadas dessa forma? É apenas um bar, com um deck, guarda-sóis e mesas ao luar, nada de sofisticado! Não é uma formatura, um casamento, uma cerimônia de posse de ninguém!
Até que a resposta da minha amiga, que transita pelo mundo do cinema, foi perfeita, e dou toda razão a ela: - Ana, elas vão à entrega do Oscar! Em Hollywood, no Kodak Theatre, as pessoas vão assim! É muito natural.
A partir daquele momento tudo me foi esclarecido: eu estava em, nada mais, nada menos, que uma cidade-irmã de Los Angeles. Como não me apercebi? E calçada daquele jeito!??
Amanhã mesmo, sem preguiça, providenciarei meu fura-olho, ou minha marreta, com muito orgulho!
, os italianos, a Europa, o Brasil, família, farofada em Punta, política, campanha presidencial e... saltos altos!Pasmem: uma profusão interminável de saltos altos, agulha, iniciou sua procissão bem diante de nós! Sapatos capazes de furar o olho de qualquer desavisado; capazes de atravessar a cabeça daquele que tivesse o olho furado, porque tinham, no mínimo, 15 centímetros de potencial lesivo! Ressalto que havia também os estilo marreta: salto grosso e necessidade de um andaime para subir na plataforma! Mãe do Céu!
À parte isso, frise-se que eram ricamente decorados em setim, ornados com pedrarias, strass, veludo, topes no bico, laços cromados, verniz; vermelhos-sangue, laranja, amarelos, pretos, pele de cobra. Fauna e flora todas presentes!
Fora a música do ambiente interno, havia os poc, poc, poc das meninas, moças, senhoras, que desfilavam na madeira do ambiente externo, onde estávamos. Impressionant
e!Eu, felicíssima com minha última aquisição de grife, chamada All Star, estava barbarizada! Minha amiga, que também não calçava um fura-olho, ou uma marreta, comoveu-se com aquele verdadeiro movimento cultural! E não havia variações, ou melhor, as únicas variações éramos eu e ela: um All Star e uma sandália sem salto!
Curiosíssimo fenômeno! E mais curioso ainda era como aqueles sapatos navegavam por entre o rico jardim do barzinho: alguns trôpegos; outros, muito cautelosos – a queda seria fatal, creiam! - outros ainda bastante indecisos, pois o pé ia para um lado e o sapato teimava em permanecer em outro.
Não importava! Tudo era pelo bem da satisfação de estarem todas exatamente iguais, evitando comentários pós-noite!
Na minha ing
enuidade e espanto de moça da capital, perguntei: - onde essas moças vão calçadas dessa forma? É apenas um bar, com um deck, guarda-sóis e mesas ao luar, nada de sofisticado! Não é uma formatura, um casamento, uma cerimônia de posse de ninguém!Até que a resposta da minha amiga, que transita pelo mundo do cinema, foi perfeita, e dou toda razão a ela: - Ana, elas vão à entrega do Oscar! Em Hollywood, no Kodak Theatre, as pessoas vão assim! É muito natural.
A partir daquele momento tudo me foi esclarecido: eu estava em, nada mais, nada menos, que uma cidade-irmã de Los Angeles. Como não me apercebi? E calçada daquele jeito!??
Amanhã mesmo, sem preguiça, providenciarei meu fura-olho, ou minha marreta, com muito orgulho!
by Ana Brigida Mazzarolo. Advogada, amiga e embasbacada!
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