segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Ok, me rendi!

Tudo bem... Eu sei os meus limites. Hoje eu me rendi! TPM da porra. Fui picada pelo mosquito da TPM. Deve ter um, neh?! Enfim... faz dias que só chove no verão paulistano e eu, como uma mera mortal, estou cinza como os dias.Também tem outra, por esses dias eu nem tenho passado perfume direito, é um tal de acampamento eterno. Eu sinto falta dos meus perfumes à vista. Me rendi à isso hoje também... me rendi à essa futilidade, que faz falta na minha vidinha tão humilde e excitante. Mas apesar dos pesares, também me rendi hoje, porque tive uma tarde maravilhosa. Produtiva! De aprendizados... Mas também foi só sair do "local" que eu já comecei a sentir falta das minhas viagens inocentes à lugares desconhecidos, com muitas coisas novas a descobrir. Onde elas foram parar? Cadê? Mas isso não é futilidade, não! Devemos nos render prontamente sobre o assunto, sem sombra de dúvidas. E essa TPM que mal começou e já se alastra no meu ser? O que fazer com ela? Eu ia falar, mas esqueci... Neste segundo e já me esqueci... Devo me render ao meu cansaço mental também, mas para isso tenho um remédio: não tah morto quem peleia! E bola pra frente! É isso aí! Vou logo me rendendo e a vida no Brasil só começa depois do carnaval mesmo...

sábado, 26 de janeiro de 2008

Para comemorar o Aniversário de São Paulo...

...Que foi ontem...
O Globo Repórter fez uma reportagem que eu achei muito interessante e pertinente. Ah, vale lembrar que um repórter gaúcho foi escalado para gravar a reportagem e não percam na sala de troféus, uma cuia de chimarrão bem grande. Ê Gaudério, véio!



Link para vídeo do GloboEsporte (25/1/2008).

Parabéns SP pelo seu 454th anniversary e eu pelo 3rd anniversary por aqui!




quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Três Loucas na Casa de Cultura by Mari Lied

Lembra que eu falei que a Mari ia fazer um conto para o encontro que eu, ela e a Ane tivemos recentemente em Forno Alegre? So... Voilá!

Acessem: http://proudworld.blogspot.com/2008/01/trs-loucas-na-casa-de-cultura.html

Mari, adoro suas histórias!!!!!!!!!

a lil thought

'' ... Sou como você me vê ...
Posso ser leve como uma brisa
ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar ... ''
Clarice Lispector


Que merda est l'industrie cinematographiqhè de la Frrrrannce.

Savá! C'est très bien ?

É com grande satisfação que eu posto este post... HA - HA - HA - HA - HA - HA - Grande satisfação!

Bom, vou ser mais objetiva: outro dia, especificamente anteontem, fui ao cinema. Fui no final da tarde e queria a sessão mais próxima. Ok, tinha um filme que eu já queria ter visto há um tempão, mas minha vida anda corrida e eu não tenho ido ao cinema, depois viajei, enfim... Vou ver! MEDOS PRIVADOS EM LUGARES PÚBLICOS, em francês: COEURS. Bom, aí é que tah, eu não sabia que o filme era francês. Pelo cartaz eu já sabia que era europeu, mas não sabia que era francês. Isso também não é o big issue here, eu assistiria sendo francês ou não, mas a questão é que eu fui no cinema ver um filme que me interessava e calhou de ele ser francês e era tipicamente non sense francês... HA - HA - HA - HA - HA - Tipicamente francês... E eu não podia perder essa oportunidade de falar mal dos franceses. E vamos combinar, o cinema não é o forte deles. Nem o cinema e nem o futebol. HA - HA - HA - HA - HA - Sim, guardo mágoas da Copa de 98, a qual eu estava em Londres e vi uma vitória surreal da França contra o Brasil, onde o time do Brasil parecia não estar em campo o que me pareceu mais distorcido ainda e por 2 anos seguidos, tive que ouvir de todos os franceses e afins (belgas ou algo que o valha), que o Brasil não sabia mais jogar futebol e que a França era O time do futebol mundial daqui pra frente e blá, blá, blá. No melhor estilo francêsssszzzzaaaaaaa. Eu sempre fiquei com isso entalado na garganta. Sem contar que até sogra francesa eu tive, tenho algum respaldo para poder zoar dos franceses, sim!

Bon, mais nous allons à ce qui intéresse le film.

Essa é a sinopse: Vários personagens, apresentados de forma individual, mas cada um deles mantendo uma interconexão com os demais, interagem e têm suas vidas entrelaçadas e seus compromissos misturados. Os desejos secretos de cada um são expressos em situações inesperadas e inusitadas, numa história enganosamente simples e sorrateiramente construída. A locação principal é Bercy, uma área de Paris que foi grandemente renovada e modernizada. Baseado no livro "Private Fears in Public Places", de Alan Ayckbourn. Direção de Alain Resnais.


Agora lá vai a minha sinopse: tudo começa com uma enjoadinha que está procurando um aparatamento para alugar e precisa de 3 quartos, para poder fazer um escritório para o namorado vadio, ex-militar, que só bebe o dia inteiro. No final essa enjoadinha ainda foi a que se saiu melhor no meu conceito, por se mostrar uma mulher forte. O namorado dela faz o tipo "sou francês e sou bonito", mas por favor, na minha opinião ele não dá nem pro gasto e com aquele nariz horrível nunca vai ser considerado bonito nos meus padrões, mas enfim, ele é francês e se acha bonito por tal situação. Depois tem a história de uma cristã assídua, que também trabalha como enfermeira à noite e com a desculpa de querer mostrar um programa religioso que mudou sua vida, ela grava fitas cassettes que de um certo ponto em diante, ela grava cenas dela em espartilho e tudo o mais, fazendo striptease e "empresta" a fita para uns cinquentões/sessentões, que ficam babando por ela. Ela chega a matar um velho rabugento que ela cuidava à noite como enfermeira e de lambuja, deixa uma fitinha ingênua para o filho do velho assistir e gamar. Que clichê barato. Depois, um sessentão, colega da beata putinha, tem uma irmã de uns 30 e poucos, que está desesperadamante tentando encontrar um namorado/marido via internet e todas as noites ela tenta marcar encontros e vira e mexe é deixada a ver navios. Até o dia que o ex-namorado da enjoadinha do começo do filme resolve arranjar uma nova namorada e marca um encontro com ela a solterona. Sim, o "sou francês e sou bonito" sai com a irmã mais nova do corretor do começo do filme (eu ainda não havia falado que o irmão dela é o corretor que mostra os apartamentos para a enjoadinha e que é colega de trabalho da beata putinha e assisti as fitas dela e começa a se apaixonar pela beata). Ai que trama inteligente... Até minha irmã de 3 anos faria essa conexão se parecer um pouco mais interessante. O mais legal do filme é o barman, que dá uns conselhos inteligentes para o "sou francês e sou bonito" e o bar o qual ele trabalha, que é muito moderno, colorido e cheio de neon. Eu amei! Outra coisa que eu gostei são as vistas que mostram dos apartamentos que o corretor leva a enjoadinha. Paris sim é bonita! Eu só não entendi uma coisa... Neva tanto assim em Paris? Porque no filme nevou o tempo todo. Fiquei intrigada. Em Londres, que supostamente é uns 3°C mais frio que Paris e é um pouco menos iluminado, nunca nevou por mais de 30 minutos. Dias a fio nevando em Paris? Não sei se acreditei nessa, seria mais lógico se o filme fosse no leste europeu ou na escandinávia, mas também não posso afirmar se minha indagação faz sentido. E para terminar e terminar no melhor estilo Français, o sessentão frustrado e a irmã também frustrada, que acha que o "sou francês e sou bonito" a trocou por outra, num mal-entendido visual (a ex-namorada, a enjoadinha, estava terminando de vez o namoro com ele, no tal bar e a frustradinha viu e saiu correndo), os dois irmãos pobre coitados terminam o filme sentados na sala de onde moram, trocando a TV de canal e colocando num canal escrito FIN. Que mela cueca desgraçado. O filme não era tão monótono como costumam ser os filmes franceses, mas era mais escuro que se tivesse sido filmado em Londres e tinha menos novidades também. Eu vou no cinema porque quero sair da realidade, quero pensar, aprender, ficar instigada, sei lá... Minha vida é muito mais interessante do que o filme, é óbvio que achei a história fraca! Sim, que as pessoas se enganam, se mascaram, se deixam levar por mal-entendidos a todo o tempo não é novidade, é? Mas tudo bem, valeu pelo cenário e valeu por eu ter a oprotunidade de escrever este post! HA - HA - HA - HA - HA -

Liberté, égalité et fraternité... Vive la France!
Au revoir, lecteurs.
Mercy bocaup.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Watch this ad!

Enquanto isso, no Circo Foderal...

Os sapatos dos nossos parlamentares devem brilhar mais que as barrigas inchadas das nossas crianças famintas...
O presidente da Câmara Federal, o "triste" Deputado Arlindo Chinaglia ( PT - SP) , quer todos os parlamentares, assessores e funcionários da casa de sapatos reluzentes.
Acaba de abrir uma licitação para contratar serviços de engraxataria no prédio, num total de R$ 3.135 milhões por 12 meses, o que dá R$ 261 mil por mês ou ainda, R$ 8,700 mil por dia.
O valor diário equivale à alimentação de 174 famílias num mês, pelas normas do falido FOME ZERO! A CUSTOS DA INICIATIVA PRIVADA, SÃO MAIS DE 3.500 PARES DE SAPATOS ENGRAXADOS DIARIAMENTE.


É mole ou quer mais? Assim na cara DRURYS... Tenho vergonha da politicagem deste país. Mas bem como eu tava discutindo com alguns alunos meus ontem: "temos o governo que merecemos, por isso aceitamos tanta sujeira e tanta pizza." Eu tenho muita vergonha, por isso nas últimas eleições eu não voto! Votar em palhaço? Na boa... Tenho mais o que fazer.

E você, o que você pode fazer para mudar isso? Ou a putaria de Brasília não lhe incomoda?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

O que eu quiser dizer com: É DOS PAULISTAS QUE EU GOSTO MAIS.

Bom... Relendo o que escrevi no post anterior, também não é assim que eu TANTO admiro os paulistanos, sei lá, não é incondicional, mas existem alguns "paulistas de família" que são admiráveis, sim! Homens íntegros, maduros, urbanos, carentes, modernos, inteligentes... and I like that! HOmens que conhecem e gostam de arte, por exemplo. Não quero ser mal-interpretada, não quero dizer que no RS os homens não gostam de arte, não quer dizer que seja o oposto, mas são diferenças sutis que me fazem preferir os paulistas, out of a sudden. O povo gaúcho é um pouco arredio, desconfiado e vamos combinar: a salamiação rola solta, vai. Para aqueles que não entenderam salamiação, sorry... Coisa de Gaúcho! Mas voltando às diferenças, uma das primeiras coisas que eu percebi que era muito diferente, era o fato de que os paulistas falam mais abertamente sobre seus sentimentos e eu gosto disso. Um paulista admite que aconchego de mulher é bom. Claro que gaúcho também gosta, mas até admitir... vai longe. Eu não sei porque as pessoas iriam querer ler sobre o que EU vejo que existe de diferenças culturais, emocionais, sei lá o que mais entre gaúchos X paulistas, mas a questão é que eu estou pendendo bem para o lado de São Paulo. Não falei dos são paulinos!, eu gostaria de relembrar. Daqui um pouco eu vou me queimar com a nação rio-grandense inteira, não me odeiem por isso, mas... eu queria desabafar. Até o sotaque paulista eu acho bonitinho, devo admitir. Não aquele mano ZL ou italiano da Mooca (tem italiano na Mooca?!?)... Whatever, deu para entender, neh?... mas acho bonitinho. Claro, nem tudo poderia ser perfeito: os caras torcem para uns times de futebol nada a ver, não sabem fazer churrasco, não gostam de chimarrão e sempre têm problemas de hiperatividade, insônia, disperção e afins. Males da cidade. Acho que os homens sofrem mais nesse sentido. Bahhh, o dia que eu tiver insônia a coisa vai estar feia pro meu lado. Como diria minha bisa: "dá três dias antes"... Capaz de dar mesmo... E pronto. Desabafei. Também vale, neh? ... Eu e o Nelson usamos muitas pontuações para representar as intonações em forma escrita. Nelson Rodrigues. Alguns não pontuam nada, outros pontuam bastante e assim é a vida...

Gaúchos, amo vocês!

Paulistas... ah, nem vou me comprometer... talvez só eu consiga entender o que significa "paulista de família" como eu realmente quis dizer, mas também cada um que entenda do jeito que quiser. I have a clear picture of what I meant...

Beijinhos...

Até breve.

E não pensem que eu esqueci da princesa desencastelada, não...

Malu - Perfume da Madrugada, direção Felipe Sleiman

Buenas... Meu próximo post vai ser uma homenagem aos homens paulistas. SIM! Aos HOMENS PAULISTAS!!!! Que eu tanto admiro... Mas como preciso de tempo para tal babação de ovo (rsrsrsrs) e hoje recebi essas ótimas fotos da Malu, vou postá-las... Até breve.













segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

O brasileiro e o metrô

Eu, fazendo uso do meu constante senso crítico, venho dissertar sobre o comportamento do brasileiro no transporte público - metrô. Vou usar de um vocabulário um tanto quanto chulo para definir o comportamento do brasileiro em tal situação: parece uma boiada, sem tirar nem pôr. PQP! Esperar alguém sair do trem para depois entrar parece uma idéia de outro mundo, por exemplo.
Fico um tanto quanto espantada com um povo tão rico culturalmente, mas tão ignorante. Alguém já esteve na estação da Sé em horário de pico? Acreditem, mas o metrô de SP contratou mais "urubus" (como são chamados os guardinhas do metrô que estão sempre vestidos de preto, daí o apelido urubu), para tentar doutrinar as pessoas para entrarem no trem. Eles ficam dizendo para as pessoas terem calma, para esperarem o próximo trem se necessário, para entrarem e não ficar parado na porta como se nunca mais conseguissem sair deste e mais ainda, falam para as pessoas não se machucarem fisicamente. Quer dizer, você acorda de manhã cedíssimo vai trabalhar e precisa rezar para não ter o pé injuriado por causa do desespero do povo brasileiro? É isso?! Eu fico horrorisada!!!!! As pessoas entram no trem e não caminham até o corredor deste, elas precisam ficar imóveis na porta, atrapalhando o entra e sai. Será que elas têm medo de nunca mais conseguir sair do trem? Eu não consigo entender... Nunca pensaram que talvez, se você errar a estação, tudo bem, volte uma estação, pelo outro lado da plataforma e está tudo resolvido. Como num passe de mágica! Tah, talvez isso te tome uns 10 minutos, mas o que são 10 minutos mesmo? E isso tudo que na Sé as pessoas entram por uma porta e saem por outra. Se isso acontecer tudo na mesma plataforma, daí, fudeu... Pânico geral, empurra-empurra e afins.
Ah, o povo brasileiro... Tão cheio de graça, tão ensolarado e tão cego e mudo... Aceita passivamente as palhaçadas dos nosso políticos, trabalha que nem cão para pagar as férias em Miami de poucos e parcela sua televisão de 21 polegadas em 36X, para poder ficar mais cego e mudo ainda em frente à novela da Globo. Um povo que adormece nos pontos de transporte público, mas que quando vem o carnaval, não dorme por 5 dias, afinal, é preciso comemorar. Comemorar o que mesmo? Me esqueci...
Por favor, obrigado, com licença são palavras quase que extintas do dicionário, é isso? Gentilezas são cafonas? A única coisa que eu vejo ser respeitada no metrô são os assentos de cor cinza, que são assentos preferenciais para idosos, grávidas e mulheres com criança no colo. Isso já foi imposto no cérebro do usuário do metrô de SP, mas parece que no Brasil as coisas só funcionam assim: impostas. Precisamos de uma ditadura de bons costumes, é isso?
Povo brasileiro, muita calma nessa hora... Sem pânico. O trem não vai ser o último trem de sua vida, a febre amarela não vai acabar com o Brasil, esperar um passageiro sair do vagão, para você ter espaço para entrar é ganhar tempo e não perder, o carnaval não é a solução para todos os seus problemas... Capice? Faça como os ingleses, ao invés de dormir no trem, LEIA! Leia, leia, leia! Os ingleses parecem frios, chatos e outras cositas más, mas nunca vi um empurra-empurra na terra da Rainha Elisabeth, nunca! As pessoas formam filas civilizadas para pegar o ônibus, no metrô as pessoas que querem subir a escada rolante sem andar ficam no lado direito da escada rolante, enquanto o lado esquerdo fica livre para quem tem pressa, antes de entrar no trem as pessoas se posicionam ao lado da porta para esperar os passageiros saírem e assim vai. Coisas simples que fazem a maior diferença! A maior diferença! Quando faço uma breve comparação entre o povo brasileiro e o povo britânico, ouso dizer o seguinte: enquanto que o povo britânico lê no transporte público, o povo brasileiro dorme. E ainda acham que eles são frios e chatos...
Pensem nisso.

sábado, 12 de janeiro de 2008

A passagem da raposa em O Pequeno Príncipe.


Estou fazendo uma pesquisa sobre raposas... Coisa de ator... Mas em minha busca, uma amiga indicou a passagem do texto O Pequeno Prícipe de Saint-Exupéry, onde uma raposa intervém com o principezinho. Na verdade essa raposa é muito mais louvável e amável do que a que estou buscando, mas o texto é de uma sutileza e poesia, que eu não pude resistir e aqui estou postando!

"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia! - disse a raposa.
- Bom dia! -respondeu educadamente o pequeno príncipe, que, olhando a sua volta,nada viu.
- Eu estou aqui. - disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - perguntou o principezinho.
-Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa.
- Vem brincar comigo - propôs ele. - Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa - disse o principezinho. - Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui - disse a raposa. - Que procuras?
- Procuro os homens - disse o pequeno príncipe. - Que quer dizer "cativar"?
- Os homens - disse a raposa - têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
- Não - disse o príncipe. - Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. - Significa "criar laços"...
- Criar laços? - Exatamente - disse a raposa.
- Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas,se tu me cativas,nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender - disse o pequeno príncipe. - Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível - disse a raposa. - Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra - disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada: - Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito - suspirou a raposa. - Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também. E isso me incomoda um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe,os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste!Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo... - Por favor ... cativa-me! disse ela.
- Eu até gostaria - disse o principezinho – ,mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer?- perguntou o pequeno príncipe.
- É preciso ser paciente - respondeu a raposa - Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto...
No dia seguinte o príncipe voltou.
- Teria sido melhor se voltasses à mesma hora - disse a raposa. - Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então,estarei inquieta e agitada:descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual.
- Que é um "ritual"? - perguntou o principezinho
- É uma coisa muito esquecida também - disse a raposa - É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora,das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, adotam um ritual. Dançam na quinta feira com as moças da aldeia. A quinta feira é então o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais,e eu nunca teria férias!
Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah!Eu vou chorar.
- A culpa é tua - disse o principezinho. - Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis - disse a raposa.
- Então não terás ganho nada!
- Terei, sim - disse a raposa - por causa da cor do trigo. Vai rever as rosas. Assim, compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo.
O pequeno príncipe foi rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou,nem cativastes ninguém. Sois como era minha a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu a tornei minha amiga. Agora ela é única no mundo.
As rosa ficaram desapontadas.
- Sois belas, mas vazias - continuou ele, - Não se pode morrer por vós. Um passante qualquer sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é,porém,mais importante que todas vós,pois foi ela quem eu reguei. Foi ela quem pus sob a redoma. Foi ela quem abriguei com o pára-vento. Foi nela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi ela quem eu escutei queixar-se ou gabar-se,ou mesmo calar-se algumas vezes.Já que ela é a minha rosa.
E voltou, então à raposa:
- Adeus... - disse ele.
- Adeus - disse a raposa. - Eis o meu segredo. É muito simples: Só se vê bem com o coração.
"Só se vê bem com o coração" - repetiu o principazinho, para não esquecer.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... -repetiu ele,para não se esquecer.
- Os homens esquecem essa verdade - disse ainda a raposa. - Mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa... - repetiu o principezinho, para não se esquecer. "

Fotografia: Gustavo L. Pozza

Quem disse que em Caxias não encontramos grandes fotógrafos? Aliás, eu já fiz sessões maravilhosas com dois fotógrafos memoráveis de lá... Segue abaixo o trabalho do Gustavo L. Pozza:








VIsitem: flickr.com/photos/glpozza e glpozza.deviantart.com

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Encontro das amigas "Idiossincrasia" em Forno Alegre...

É com grande satisfação que coloco no MEU blog o post que a Anelise escreveu sobre nosso encontro em Porto, digo, Forno Alegre. Com direito à fotos e tudo o mais... Só fazendo um adendo: eu tinha esquecido como a capital gaúcha pode ser insuportável no verão. Que barbaridade!!! Mas voltando ao encontro... Quinta passada (03/01/08), após uma maravilhosa temporada com meu grande amigo-irmão Marcolin e com meus tios/primos em Capão, "aterriso" em Porto e vou para a casa da Ane. Mais tarde encontramos a Mari. Óbvio que eu ri muito. Até porque eu não pago imposto nenhum para rir, neh?! Eu já comentei que quando eu era criança lá em Barbacena, eu tinha o apelido de risonha na família do meu pai? Pois é... Mas voltando ao que interessa, em minha curta passagem pela capital gaúcha, além de ver grandes amigas, conhecer o Cezar e passar muito calor, também visitei o Centro Cultural Mário Quintana, que sempre me traz grandes lembranças da infância, onde minha avó Yara sempre me levava lá e passeava no centro de Porto comigo. Bons tempos...
Em breve, também postarei o conto que a Mari está providenciando sobre nosso encontro. Espero com ansiedade, porque gosto do jeito que a Mari escreve e ainda dou muita risada, é claro!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

The Counter is Crazy

- Linda, descobri! Eu descobri! ... The counter is crazy.
- Sério mesmo?
- Como assim, sério? Eu descobri! Eu sou um gênio! Como eu não pensei nisso antes??? Eu sou um poço de grandes idéias!!! Não é uma grande descoberta?

Silêncio.

- Ai. Eu fiquei tão empolgado com a minha descoberta e você nem deu bola. Entendeu o que eu quis dizer? O counter...

Silêncio.

Puta que o pariu! Mau humor do cão, hein? Nossa mãe!

Silêncio.

- Hellllloooooo. Is anybody there?
- Pass me the sugar, please.
- Sugar????
- Yes, the sugar, please.
- Que bicho te mordeu??? Por favor...
- Eu tô lendo o jornal... Só isso.
- Tah aqui o... sugar, honey...
- Grazie mille.
- Será que eu posso saber o motivo de tanto desdém?
- Quer mesmo saber?
- Quero.
- Eu falo que o counter ficou crazy há 3 meses, honey, e tu nunca prestou atenção quando eu falava, nunca! Agora tu vem me dizer que fez uma grande descoberta???? Por favor, hein... Que bicho te mordeu?

Silêncio.

5 minutes story: written in 5 minutes, read in 5 minutes, and also understood.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

SHE TOOK SOME TIME TO THINK OF HIM

She was in the bus going home, even though she often questioned herself: “Where was home?” She was going to the place that she had been calling “home” for four years now. Not her favourite place, but a very cosy and comfy flat, reflecting her style and her peace of mind. She thought of him... She was more mature now; she was listening to her heart, to her peaceful thoughts, to her breath in this blurry and confused time in her life. She took some time to think of him. How could she miss someone she didn’t even know face to face? The night before, her heart got uptight for few seconds and she remembered that she also took some time to think of him. Her heart was talking to her and butterflies would gently make her stomach bubble. They hadn’t talked all week. Pure respect to his silence... Maybe she was supposed to be impervious towards his absence, but her eyes dropped when this thought consumed her mind. She cared about it!

At night, the light of her seat was on. She was reading a book. The silhouette of her nose, her lips, and her shoulder was projected on the window. Her countenance was showing that her thoughts were distant. The book could not hold her attention... What would he be feeling about her? Fear, distance, frustration, care, connection or trust? He had been present in her mind, feeding up her imagination, and she never felt the weight of his body, the smell of his skin, the wet of his mouth. Ideas, simply ideas, got them involved... Distance got them into this gap situation. Her hands dropped the book on her lap. She wanted to be touched by his hands so badly. She closed the book, closed her eyes, and the vision of his big hands covering her breasts made her imagination travel. A touch that was smooth, slow and soft. A delicate touch, yet she could feel the heat of his hands. They were naked by a huge bed with silk beddings. A warm and refreshing breeze came from an open window. The moon spotlighted them delving into each other. No rush, the night was on their side. They were both sitting on their knees exploring every centimetre of each other. She smelt his neck, touching his shaved hair, gently passing her nails through his back. He felt her hair, smelled it, and kissed her neck. They were falling for each other; they were losing control of any possible rational thought. Instincts, feelings, ecstasy, lust, and reality were on the edge here. Burning, bursting their body cells. She rose a bit from their kneeling position so he could grab her ass and play with her nipples, she went crazy. She knew how his back was sensitive. She scratched it gently, but with passion, and care. She was blowing on his neck, he was sucking her nipples, she was purring in his ear. A burst of pleasure and lust took control of them.

They kissed passionately, hands went up and down. She made him get in a more relaxed position, to lay his back on the silk sheets. Very calmly her mouth and tongue started to taste his skin; she grabbed the muscles of his arms tightly. He was watching her play… She was kissing his belly, and was moving towards her favourite part of his body. Her butt was pointing to the ceiling, he was ecstatic, almost holding his breath as he watched her. She looked into his eyes, he knew what she had in mind, she took the hair away from her face, this way he could see every single movement of hers. She smiled naughtily, wet her lips, held his pulsing, firm dick and started licking it. Her tongue tasted it all through, up and down, slowly, feeling every vein. She sucked the top, she drew it with her saliva... her mouth was begging to have his sex all inside. She sucked it with pleasure, up and down, eyes closed, wetting his desire, tasting his fluids, cooling his dick down - if it was at all possible. She heard him whispering some words, she felt him caressing her hair, and she tasted him, and cherished the wonderful taste of him... They spent some time lost in that delicious blank moment of thoughts and in that come-and-go game until he almost arrived at the climax... he stopped! He grabbed her firmly by the arms, she was on her knees again, and he kissed her with desire, like his tongue was thanking hers for all the work done. They looked into each other’s eyes, deep inside; they were talking through the eyes. They smiled! He lay down on the slippery fabric and pulled her hips towards his mouth. She knelt comfortably, put her arms up, holding her hair. He analysed all the curves and entries of her sex, slapped her butt gently and naughtily, grabbed her ass and started teasing her clitoris. She was in heaven! She started sucking her fingers and moving her hips back and forth, to help him with this cunnilingus game. His tongue felt her curves, he tasted her wetness, she purred with pleasure! She stopped moving, he kept exciting her with his finger. He wanted to touch her inside, feel her warmth, and he did so. She touched her breasts. He played with his finger inside her, but his tongue wanted to taste her even more. He sucked her surprisingly. His hands involved her breasts again and his fingers started teasing her nipples. She was completely taken, he was completely involved. Her hips moving, his tongue playing, the taste of sweet and sour pleasure, she was sucking one of his fingers; he was playing with one of her breasts. The time was forgotten in this orgasmic atmosphere... She arrived at the “top”, her body was trembling of pleasure, her pupils were different as if she had taken a drug, the taste in her mouth was of sex, of desire, her mouth was slightly open, her eyes closed, a strong burst of pleasure came up from her clitoris and took control of her mind. Her body got relaxed. She lay down, he kissed her deeply, satisfied, glad of watching her have pleasure. She kissed him back and she wanted more… She was starving, she wanted him inside her, she wanted to feel the weight of his body, and the fulfilment of his dick in her. He understood her message, she was wild, and he was smiling! He started stroking his dick to get an erection, and after all that had happened, an erection was the least difficult thing to achieve. He was on fire and she got all horny again. They needed to match their bodies in one piece only... He lay down on the silky bed and she started to suck his dick again, she knelt, positioned herself with her legs next to his hips, he could see her back and he slapped her butt one more time, possessively. She positioned his dick with her hand, and slowly started covering it with the wetness of her vagina. Very slowly, he felt its head warm, they were both eliciting sounds of pleasure, she wanted to fill him all inside and suddenly she did it. Blank moment of pleasure again, he grabbed her butt tightly, she smiled, and started moving up and down, in and out, they were in bliss...

...the noise of something dropping on the floor startled her. She shivered. Her heart was beating fast, she noticed that she was on the bus, travelling. A passenger sitting on her right hand side gave her the book that had fallen on the floor from her lap. She was confused. She thanked him, but had her mouth dry. Was she dreaming? Gosh, it was so real; the 5 senses were all there... She had her knickers all wet, she could feel it. She decided to go to the toilet. It wasn’t occupied... she put her book on her seat and walked to the toilet. She was confused but still very horny. One second ago she tasted the pleasures of sex and now she was on the bus going home? Confused, frustrated, and horny, that’s how she felt. She entered the toilet, locked the door, looked at herself in the mirror, and her clitoris was pulsing. She pulled her skirt up, took her wet knickers off, sat down comfortably, and started touching her sex. Her nipples were rigid. She could see herself masturbating in the mirror; she was already half of the way to the climax. Her imagination had done a great job so far. She stimulated her clitoris up and down, and sometimes wet her middle finger sticking it inside her pussy. She was in bliss. She started speeding up the up-and-down movement; she couldn’t stop her mouth from whispering very low. The movements were frenetic, her legs were trembling slightly, and she was about to cum... After few seconds of the day dreaming, she woke up from her imaginary dream, put her wet knickers back on, washed her hands, her face, and left the toilet. She sat on her seat, grabbed her book, and started reading it, to draw her thoughts away from her imagination. It was hard for her to believe that those two bodies weren’t really touching, teasing, and pleasuring each other. She started wondering. Her book was definitely not good enough to catch her attention at that moment. She closed her book again and sat with her body very relaxed and with the movement of the bus, her aroused imagination started to subside... Her eyes were getting heavy and she gave a final sigh before drifting away into her dreams.

Caxias do Sul, 22nd of March, 2005.




Esse conto é um pouco antigo, mas queria tê-lo registrado aqui no meu blog... Contos eróticos. Inspirado em contos de Anaïs Nin.

sábado, 5 de janeiro de 2008

E em 2008...

...as coisas não serão tão diferentes assim, mas serão melhores!!! Prometo ser um pouco menos explosiva, prometo! Prometo ser feliz e trazer sorriso as pessoas à minha volta. Prometo continuar sendo sincera e fiel às minhas teorias. Prometo descascar alguns pepinos e também prometo agradecer quando novos vierem, porque eles sempre virão e são eles que me tornam essa pessoa forte e decidida que sou e isso é motivo de alegria pra mim mesma. (rsrs) Prometo amar... incondicionalmente. Prometo aprender mais, respirar melhor e corpinho que Deus me deu, juro que farei de tudo para te levar de volta à yoga, de tudo! Prometo não comer em cima do teclado do lap... Será q essa eu consigo cumprir? Prometo não perder tempo com pessoas vazias. Prometo me engajar em um projeto de teatro, que eu atue, estou sentindo falta dos palcos novamente. Prometo falar o menos possível e prometo não atormentar os dentistas falando enquanto eles mexem na minha boca (eu sou impossível!). Prometo fazer muitos filmes, muitas produções, dar muitas aulas, dançar muito, ouvir muita música, prometo comer mais fruta, reclamar menos e agradecer mais!

Aproveito para me despedir dos meus amados familiares e amigos. Nessa vinda ao sul, visitei a Casa de Cultura Mário Quintana com ilustres companhias, revi amigos, beijei outros (;P), peguei uma prainha, respirei um ar puro, conversei muito, dormi com a minha irmã no sótão da casa da vó! Joguei frescobol com o Léo, tive bons insights, fiz ótimas escolhas e tive muita paz no coração. Sampa me espera, com muito agito, os pepinos a serem descacados e com muita recompensa!!!!!

FELIZ 2008!!!!!!!!! MERDA e muita compaixão!!!!!!!
Foto: vó Ada Focardi, um pedacinho de quem eu sou, uma mulher inigualável! Saudades das grandes mulheres da minha vida: vó Yara, vó Ada, dona Maria e bisa Marina. AMO VCS!